sábado, 4 de dezembro de 2010

Sejam Bem Vindos ao Distrito de Nazaré

A jornada continua, o barco segue pelo Rio Madeira. Os botos, alguns rosa outros cinza (conhecido também como Tucuxi), seguem nosso barco e nos transporta para a paisagem deslumbrante que nos rodeia. O dia nasce no Baixo Madeira, avistamos ao longe nosso destino atual, o Distrito de Nazaré, ao longe nos deparamos com o grande barranco, formando um muro sem igual, e no meio uma faixa de terra formando uma rampa íngreme. Ao chegar na parte de cima do barranco, entramos em Nazaré, um distrito pacato, os habitantes caminhando tranquilamente pela estreita faixa de concreto de uns três metros de largura. A calçadinha é pintada de branco, com metades de melância pintados na bordas e no inicio os dizeres "3ª Festival da Melancia", festejo tradicional em Nazaré. A receptividade dos habitantes é um fato admirável, a satisfação em receber bem os visitantes, sejam eles quem forem, é tamanha, e ficou gravada em dois momentos: o primeiro quando uma habitante, Dona Fátima, presenteou a integrante do Grupo Manjericão, Anelise, com um par de cuias (que segundo Márcio, no sul são chamadas de Porongo, e podem servir para o preparo do Chimarrão). O outro momento foi durante a busca de local para apresentação, quando Chicão pediu permissão a Dona Margarida e seu esposo Getúlio, donos de um bar local, e ambos cederam o espaço com satisfação.
A produção foi rápida, Sidnei Oliveira, Sidnei Dias e Thallisson, juntamente com Chicão e Léo, montaram os refletores necessários, bem como, organizaram o material de divulgação do projeto, quando chegava próximo ao horário das apresentações, Léo Carnevale, a pedido de Chicão, comprou fogos de artificio e os estourou no céu de Nazaré, anunciando a todos que o show iria iniciar.
As apresentações foram de Nivaldo Motta, com a personagem "Guadalupe de Monteserrat", e Tancredo Silva, como Velho Justino. E novamente a participação da população foi admirável, muitas crianças, jovens e adultos no local. Durante as apresentações, uma figura ímpar agraciou a todos e nos surpreendeu com sua participação, seu Ceará, que usava uma camisa do Corinthias e cambaleava no meio da multidão, pediu para contar uma história, então, após O Velho Justino ter contado alguns de seus causos, Ceará entrou na roda, contado sua piada, metade para o público, metade para Justino, e quando acabou, todos aplaudiram, os risos foram intensos. Ceará também teve seu momento durante a apresentação de Guadalupe, e ambos formaram um casal tão bom, que foram ovacionados pelo público. 
Saímos de Nazaré com a certeza de que as comunidades do Baixo Madeira podem ser realmente impressionantes, seja pela beleza local, seja pela receptividade da população, ou pela curiosidade e satisfação das crianças. Jantamos, todos foram para suas redes no barco, e pela manhã partimos de Nazaré.



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