Trajeto

UMA JORNADA TEATRAL PELOS RIOS DA AMAZÔNIA

07 RIOS, 05 CIDADES, 06 DISTRITOS, 80 LOCALIDADES, 02 ESTADOS, 9.000 PESSOAS, 600 ARTISTAS E AGENTES CULTURAIS RIBEIRINHOS E BEIRADEIROS DOS RIOS DA BACIA AMAZÔNICA.

Cidade (origem) Porto Velho, Porto (origem): Cai n´água
Cidade (destino) Manaus, Porto (destino): Roadway Eixo (rio) Madeira-Amazônas.


SOBRE A HIDROVIA MADEIRA-AMAZONAS
O rio Madeira assume essa denominação a partir da junção dos rios Mamoré e Guaporé. Seu comprimento total, até a foz, na margem direita do Amazonas, é de 1.425 km, aproximadamente. A Hidrovia do Madeira-Amazonas já foi palco de grandes navegações, pelos aventureiros, os povos pré-colombianos; no século XVII os bandeirantes paulistas; no início do século XVIII os padres jesuítas que constrói aldeia e uma base à margem do rio Madeira e na segunda metade do referido século capitães generais, governadores da capitania de Mato Grosso, implanta intenso movimento de ocupação da margem do rio Madeira; no final do século XIX, ocorre o início do primeiro ciclo da borracha e, também, as tentativas de construção da Estrada de Ferro Maderia-Mamoré; Santo Antônio, situada à margem leste do Rio Madeira, a 661 milhas de sua foz, surgiu com a missão jesuítica fundada em 1737 e logo depois abandonada, devido às febres que assolavam a região. Mais tarde instalou-se na outra margem um posto militar de fronteira: todavia, os mesmos motivos que forçaram os jesuítas a abandonar a margem oposta, tornaram impossível a permanência da força Brasileira. No século XX, na primeira década continua o primeiro ciclo da borracha e a tentativa da construção da Estada de Ferro Madeira-Mamoré, que em grande escalas (toneladas) de seus trilhos, os maquinários e as provisões (alimentos), para os engenheiros, graduados e operários vinham nos vapores, grande navios inglês e depois nortes-americanos que entravam pelo Pará e chegava a Santo Antônio. Na segunda década e foi construída a Estrada de Ferro Maderia-Mamoré; Em 1943 ocorreu a criação do Território Federal do Guaporé que, em 1956 passou a ser denominado Território Federal de Rondônia e foi elevado à categoria de estado em 1981.

O baixo Madeira, considerado desde pouco a montante da cidade de Porto Velho até sua foz, no Amazonas, estende-se por cerca de 1.090 km e sofre um desnível de 19m, apresentando uma declividade média de 1,7 cm/km. Este trecho é francamente navegável durante o ano todo. Geralmente, o rio apresenta largura superior a 1 km; com muitas ilhas ao longo de seu curso, algumas de extensão considerável. Durante as estiagens, emergem bancos de areia (que mudam de posição na época das enchentes) e baixios, que obrigam os práticos a reduzir a velocidade das embarcações.
Durante o período de águas médias e altas, são carregados, pela correnteza do Madeira, um grande número de troncos e galhadas, que acabam encalhando em determinados estirões característicos do rio.
Embarcações adaptadas e procedentes de outras regiões navegam pelo rio Madeira. Nem sempre são as mais adequadas às condições do rio, o que prejudica a eficiência do transporte pela via e aumenta o risco de acidentes com os barcos. Uma de suas principais atrações, o Rio Madeira situa-se no braço direito do Rio Amazonas (é o maior afluente nessa margem). Também ás margens do Rio Madeira encontra-se Porto Velho, (o porto do velho, onde foi construída a Estrada de Ferro Madeira Mamoré - EFMM),

O plano de navegação e comércio entre as capitanias do Grão-Pará e Mato Grosso, foi elaborado em 1797, pelo governador Souza Coutinho e começou a ser executado dois anos após. Os encargos relacionados ao transporte das cargas no primeiro trecho entre Belém e as cachoeiras de Santo Antônio no Rio Madeira foram assumidos pelos destacamentos paraenses, aquartelados naquele local e no salto Teotônio.

A ocupação do Vale do Guaporé pelos portugueses, e mais tarde, o alto preço da borracha no mercado mundial, levou toda a região do alto Madeira e Mamoré a intensificar a produção da colheita do látex. Por outro lado, era já um sonho antigo a ligação do Mato Grosso (Vila Bela) com o Atlântico, pelos dos rios Guaporé, Mamoré, Madeira e Amazonas. A Bolívia, que fazia parte do território de Charcas, após a guerra pela independência, perdeu para o Peru a saída que tinha para o mar, nascendo daí o interesse em chegar ao Atlântico, pelos rios brasileiros.

As cachoeiras do rio Madeira eram as grandes dificuldades naturais para o escoamento da produção comercial do Brasil e da Bolívia, pelos rios da região que agora, com o Tratado da Amizade, Limites, Navegação, Comércio e Extradição, promulgado em 27 de março de 1867, dava à Bolívia o direito de, pelos rios brasileiros, chegar com seus produtos até o Atlântico.

Com a construção da estrada de Ferro Madeira Mamoré a hidrovia do Madeira virou um vai e vem de navios a vapor, que transportava todo o material ferroviário e suprimentos, os primeiros navios foram o Mercedita e o Metrópolis, e com o tempo, outros navios eram adicionados e foi estabelecida uma linha mensal de vapores ligando os portos de Belém e Santo Antônio e os portos sul-americanos durante provavelmente um ano, até que as 30.000 toneladas de trilhos e materiais fossem transportadas para Santo Antônio (hoje Porto Velho).

A Hidrovia do Rio Madeira é considerada referência em segurança para transporte fluvial, segundo o consultor ambiental Eduardo Martins. Das hidrovias existentes, a do Rio Madeira é apontada como a mais segura, “A hidrovia do Madeira tem pouquíssimos acidentes, ela está organizada atualmente para o transporte de grãos e opera de forma satisfatória”, afirma Martins. A sinalização da hidrovia é fundamental para evitar acidentes, de acordo com o pesquisador Waltair Machado, da Universidade Federal do Amazonas (UFAM). “Na hidrovia do Rio Madeira, por exemplo, está havendo agora um processo de sinalização, mas isso por causa da indústria da soja, especialmente.”