domingo, 5 de dezembro de 2010

Banzeirando chega em São Carlos

O distrito de São Carlos é um pouco maior que Cujubim, com ruas estreitas (calçadões) de concreto e alguns caminhos de terra próximos ao barranco, não há carros, somente motos e bicicletas. A cidade contém uma quantidade grande de quadras e no centro há uma praça central, que só tem espaço para a placa dizendo praça central, junto há um posto de atendimento dos correios, a escola e dois mercados de médio porte, algumas tabernas, um cemitério pequeno e um campo de futebol. O povoado em si é agitado, os habitantes são de uma receptividade íncrivel. Passamos três noites e dois dias na cidade.


Um fato que já tinhamos notado em Cujubim, se repetiu em São Carlos, o deslocamento de alunos de outras comunidades que não contém escolas para comunidades próximas. Segundo alguns desses alunos, é muito complicado o acesso através da voadeira, principalmente em dias de chuva, porém,  necessário, sendo que esse é o único meio  de se chegar até as outras comunidades para estudar.
Chicão na Quinta-Feira pela manhã foi às comunidades agendar apresentações, em São Carlos todos os integrantes do projeto apresentaram, o Manjericão apresentou O Dilema do Paciente na tarde de quinta-feira na Escola Municipal de Ensino Fundamental Henrique Dias e a noite, nesta mesma instituição foi a vez do Tancredo Silva com o Velho Justino e suas poesias matutas.
O público em ambas as apresentações se manteve num grau de participação neutro, o que leva a interpretar que a falta de contato com espetáculos, sejam eles de teatro, dança ou de qualquer outra linha,  pode  acarretar em um distanciamento  por parte do público, justamente pelo fato do mesmo não ter impressões já vividas de outras apresentações, causando assim a vontade de ter acesso, mais e mais, à espetáculos teatrais e de outros segmentos artísticos. Entretanto, tal distanciamento também pode ocorrer pelo deslumbramento do primeiro contato,  fato observado nas apresentações feitas para as crianças da Escola Henrique Dias, onde Léo e Nivaldo, interpretando os palhaços Afonso Xodó e Dorminhoco, aguçaram a fantasia dos pequeninos.
Fechamos em São Carlos com uma apresentação geral na praça da Igreja Matriz, onde Léo Carnevale foi o mestre de cerimônias das apresentações que se seguiram, o Grupo Manjericão abriu o repertório com o espetáculo Dilema de Um Paciente, arrancando risadas frenéticas de todas as idades, logo após veio o Velho Justino (Tancredo Silva) contando seus causos matutos e temperando a festa para a entrada de Guadalupe de Monteserrat, interpretada por Nivaldo Motta. O show de variedades terminou com todos da comunidade de São Carlos contentes, e o Banzeirando em mais uma localidade completou seu objetivo de difundir o teatro no Baixo Madeira.


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