Nem tudo são rosas, estar no meio do rio tem seus perigos. O projeto Banzeirando conta com um comandante experiente, bem como, uma tripulação competente. Porém, o rio é tem suas surpresas, e vivenciamos muitas delas durante a jornada.
O barco CMTE. Nossa Senhora Aparecida navegava tranquilo, era final de tarde e todos descansavam após um dia de trabalho na cidade de Humaita. Derrepente todos escutam um barulho vindo do casco da embarcação, imediatamente todos foram verificar do que se tratava.
Um tronco de árvore tinha batido no barco, danificando o leme e o suporte do mesmo (chamado de pé de galinha), que mais tarde, na comunidade de Auxiliadora, foi verificado que estava completamente torto, e a hélice quebrada.
A experiência da tripulação ficou visível naquele momento, o comandante - Seu José Ribeiro - dava as ordens, e os encarregados - Rogério, Marcelo e Seu Zé - desligaram os motores e foram verificar o dano, bem como, buscar as soluções. Nós passageiros, controlamos nossos ânimos e auxiliamos do melhor modo possível. Tudo foi muito rápido, um corre-corre organizado para manter o curso da embarcação. Estávamos próximos a Auxiliadora, porém, tínhamos que dar a volta em uma ilha para podermos atracar na cidade, neste meio tempo já escurecia, tornando o trabalho mais complicado. O comandante então decidiu atracar na margem mais próxima para pernoitarmos e a luz do dia seguirmos viagem. O processo de ancoragem foi demorado, o barco foi guiado pela voadeira até a margem, onde Seu Zé pulou nas águas barrentas no meio da escuridão, alguns focos de luz de nossas lanternas guiavam seu caminho. enquanto outros ajudavam a jogar as estacas que seriam utilizadas para amarrar as cordas do barco na margem. Outra complicação foi a energia elétrica, o gerador foi desligado as 21 horas para poder economizar combustível, dormimos no bréu da noite, ao som único da floresta e do rio.
Pela manhã, os homens da tripulação amenizaram o problema, e seguimos viagem, lentamente até Auxiliadora, onde reparos de emergência foram feitos para conseguirmos chegar até Manicoré, onde possivelmente o barco poderia ser definitivamente consertado, mas, Manicoré não dispunha deste serviço, bem como, as outras localidades visitadas. Os reparos foram realizados pela própria tripulação, o que foi importantíssimo para chegarmos até Manaus dentro no período.
Uma experiência incrível, bem como, muitas outras que aqui serão registradas, e que não abalaram em momento algum a vontade de continuar seguindo com o projeto, pelo contrário, encontramos motivos a mais para seguirmos, e o Banzeirando continuou com seu perscurso de sucesso.
Banzeirando, a jornada continua...